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Uma Cidade Natal - ITAPETINGA

  Voltar à cidade natal foi como abrir um livro antigo, cujas páginas amareladas ainda exalam o perfume de um tempo que, embora inalcançável, permanece vivo em nós, tal como o silêncio à sombra de uma árvore. Árvores que ainda estão lá — agora mais imponentes, mais vitais até. Um dia, eu as abracei. O tempo, esse não.   Desta vez, não caminhei sozinho. Meu filho mais novo estava ao meu lado, seus olhos curiosos explorando o cenário onde minha infância se desenrolou. A jornada era tanto dele quanto minha, um encontro entre o passado e o presente, entre o que foi e o que está por vir.   Nesta caminhada, lembrei-me de um trecho do escritor francês Victor Hugo, em seu poema A Criança: "A criança que ao mesmo tempo choramos e abençoamos, Sobre quem a sombra faz um anjo, e que acariciamos, A criança que sentimos nascer na alma."   Hugo capturou com perfeição a essência da infância como um período de pureza e inocência, mas que também carrega a promessa de...

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